DIÁRIO DE UMA GRÁVIDA 30 SEMANAS

Ual, chegando na reta final????? Nem acredito, juro. Como uma boa mãe de primeira viagem, ansiedade está tomando conta de mim, gente. Eu que estava uma grávida tão serena, tão tranquila, me preocupando só com o hoje, ando observando uma mudança drástica de humor, sensibilidade, ansiedade no geral. Me vejo toda hora imaginando um bebê aqui em casa e pensando que essa vida que eu conheço hoje não existirá mais em alguns meses. Claro que não preciso ser tão dramática, mas sou sagitariana, então dê um desconto. Todo o meu mundo mudará, todas as minhas preocupações, todas as minhas prioridades serão outras. Sempre viajamos tanto nos finais de semana, sempre topamos estrada, topamos tudo na verdade, e já já seremos outras pessoas. Não existirá mais uma viagem de última hora, uma mala feita na correria, uma surpresa no meio do caminho. Agora será tudo planejadinho, malas e mais malas, horários. Não que isso seja algo ruim, não que isso me assombre, mas sinceramente é toda a uma vida que mudará e apesar de eu estar mais do que feliz e esteja 100% a favor dessa mudança, toda mudança é uma mudança. Seja ela para o bem ou para o mal.

Penso se eu serei uma boa mãe, pois quero muito, muito ser. Penso se ficarei irritada ao acordar tantas vezes de madrugada, apesar de estar primeiramente muito tranquila e ansiosa para isso acontecer logo. Penso se conseguirei passar os valores que eu quero para meu filho, pois não é a escola que fará isso. A escola ensinará ele a pintar, depois a matemática – que eu sou péssima e ele estudará com o papai para a prova rsrs – , mas não espero que ela ensine os valores básicos que eu quero que meu filho tenha, isso vem de casa. Mas sei também que na correria do dia a dia às vezes podemos ser negligentes, simples assim. Mas não quero ser.

Outro ponto foi algo que conversei com Antonio esse final de semana… Vimos uma reportagem que mostrava algumas crianças brincando em uma área mais carente. Rua sem esgoto, terra batida, mas as crianças estavam com um sorriso no rosto contagiante. Brincando de queimada na rua, correndo, suando e se sujando. O silêncio pairou no quarto, eu fiquei muda, Antonio ficou mudo, e depois de alguns segundos falamos juntos: Acho que essas crianças são mais felizes do que as nossas… Por aqui não vemos crianças se sujando, brincando de verdade, correndo e suando. Vemos crianças desde cedo fissuradas em IPad, depois vídeo game, depois computador. Não estou querendo abrir um debate socioeconomico, é apenas uma constatação. Pois eu gostaria que meu filho brincasse de verdade. Não quero e não serei uma mãe chata, não quero também um filho alienado, não vou ser radical, não vou tirar o prazer de ter um eletrônico, pois olha quem fala né ahahah?! Uma mãe blogueira. Mas o ponto é que também quero que ele conheça o mundo real. Quero vê-lo sujo, sabem? Fico um pouco com pena dessa nova geração, que fica trancado em casa, viciado em joguinhos, que não sabe o que é brincar na rua… Tão bom! Fico com pena do Bernardo. Feliz quem ainda mora em cidades pequenas e pode deixar o filho solto.

Tenho um respaldo bom que é a fazenda do Antonio, e agora ainda mais com meus sogros morando fulltime por lá. Eu confesso que não sou muito de fazenda, estou sendo 100% honesta. Sou do interior – adoro cidade pequena e pacata, mas também não aguento muito tempo – , sou da praia – essa sim, amo praia e moraria em uma sem pensar duas vezes -, mas fazenda me deixa meio tensa. Fico um pouco ociosa demais e no entardecer os insetos chegam a me irritar. Mas agora com os sogros por lá e já já com Bernardo por aqui, terei que engolir o que penso, ser altruísta e passar muito tempo por lá. Será talvez a oportunidade da gente dar ao Bernardo a infância que tivemos e a infância que eu gostaria que ele pudesse ter.

Campinas também será ótimo, pois a casa do meu pai é em um condomínio, onde ele poderá ficar solto, temos 6 cachorros e tenho certeza que ele adorará isso, bastante família, piscina, mas é mais uma viagem. Para ele poder usufruir disso tudo teremos que viajar todos os finais de semana. Não que isso seja algo de outro mundo, mas não somos mais dois com uma malinha de mão, certo? Seremos três, com mamadeira, trocador, roupas, comida, potes, etc, etc, etc… E outro fato que pesa: Não é nossa casa! Nem a fazenda, nem a casa dos meus pais.

Minha sogra já montou berço, cama de babá, cômoda, já comprou roupinhas para deixarmos na fazenda, a coisa mais fofa do mundo! Minha madrasta já colocou até quadrinhos de bebê na parede do meu quarto por lá, mamãe tá arrumando tudo também na casa dela, mas não sei ainda como será. Não sei ainda a minha disposição em ficar viajando e indo para uma casa que não é minha, “de mala e cuia” ahahh. Mas sei que isso será mais do que importante para meu filho, uma mãe precisa mesmo ser muito altruísta… Viram a ansiedade? É uma ansiedade boba, uma ansiedade boa até, mas não deixa de dar uma queimação no estômago hehehe.

Sei que quando ele vier isso será o mínimo das minhas preocupações. Sei mesmo. Sei que só quero ele aqui, o mais rápido possível, e tudo isso não deixa de ser preocupação boba de uma mãe ansiosa.

Espero dar o máximo de atenção e amor que ele merece. Sei que é só isso que ele precisará. Sei também que irei ler isso aqui e sei que me renderá boas risadas… Com ele!

Beijos,

Nati Vozza e Bê, 30 semanas <3