DIÁRIO DE UMA MAMÃE – BERNARDO 8 MESES

Não sei se começo pedindo desculpas, afinal, são praticamente dois meses sem diários. Não sei se simplesmente desembesto a falar como se não fosse um “big deal”. Eu acho que “perdi o fio da meada”, sabem? Pulei uma semana devido a correria, depois foi acumulando a quantidade de assuntos para falar e eu fui simplesmente deixando esse cantinho de lado.

Uma pena, né? Eu sei… Mas hoje sentei, abri o computador, li os comentários do blog (a grande maioria pedindo a volta dos diários, e alguns meio bravos pela falta dele rsrs) e resolvi que era hora de voltar. Confesso que nem sei por onde começar, pois dois meses na vida de um bebê é muita coisa. Muita coisa aconteceu, e o amor só cresceu.

Espero não esquecer nada, vamos lá?

No último diário escrito, contei sobre a introdução de alimentos sólidos e como isso ajudou no “nosso” probleminha de refluxo. Realmente ajudou demais, hoje praticamente não sabemos mais o que é refluxo. Conseguimos brincar, rolar, ficar de bruços e agora em pé.

Bernardo é uma criança grande, não apenas comprida, mas também gordinha rs. Ele fez 8 meses e já está com quase 10 Kg. Eu sempre falei sobre a filosofia do nosso pediatra (desculpa, tenho essa mania de falar tudo “nosso”. Como se o refluxo do Bernardo, o seu pediatra, a sua introdução alimentar, tudo, também fosse meu… rsrs) de não comparar Bernardo com tabelas, com estatísticas, ou com outras crianças, certo? Acho isso incrível, pois Bernardo só pode ser comparado com ele mesmo e com seu próprio desenvolvimento. Mas confesso que algumas semanas atrás eu fiquei preocupada. Sei de toda essa teoria de não compará-lo e concordo piamente, mas também sou humana e acredito que lá dentro, mesmo sem assumirmos para os outros, ou apenas para nós mesmas, comparamos um pouquinho. Bernardo demorou para sentar sem apoios, ele só sentou de verdade agora, com 8 meses completos. Acredito que seja o tempo dele, pois cada criança tem o seu, né? Mas também me pergunto se não foi a falta de estímulos devido a seu refluxo. Sempre que tentávamos sentá-lo, ou estimulá-lo, ele vomitava. Há algumas semanas ele foi para fazenda, ficou um dia inteiro brincando com sua priminha de 9 meses que já anda (Ela é irmã mais nova com diferença de 1 ano para o irmão, acredito que seja muito estimulada. É uma graça vê-la andar toda pequenina. Sem contar que é pequenininha e magrinha, o que acho que também ajuda a ser mais ágil ehehh.), a Isadora. Confesso que nesse dia o comparei. Me senti a pior mãe por isso, mas fiquei o dia todo tentando entender esse gap tão grande de desenvolvimento em apenas 1 mês de diferença de idade. Liguei para o médico, que até fez piada sobre a minha preocupação (Ele disse: Ué, ele deveria andar? Ele deveria sentar antes? Deu uma risada e logo me explicou que uma criança apenas senta sem apoios com 8 meses, mesmo. Algumas fazem realmente antes, mas isso é o tempo de cada uma.). Mas o mais legal disso tudo é que em apenas um dia brincando com a Isadora, Bernardo já tomou gosto por ficar em pé. Ele quer a todo minuto ficar em pé, ainda seguramos, claro. Mas parece que ele foi estimulado pela outra criança, sabem? Parei de comparar, de verdade, honestamente, para mim e para vocês. É que sempre queremos o melhor para nossos filhos, e eu sigo tantas mamães e bebês em blogs e Instas que instintivamente acabamos comparando. Que horror, né? Não quero ser essa mãe! Mas sou humana, também erro.

Estamos em uma fase de altos e baixos por aqui, pois há dias incrivelmente alegres e dias mais doloridos e tristonhos para Bernardo. Os dentes estão irritando, ele fica chateado, irritado, quer morder qualquer coisa que aparece em sua frente. De preferência o que não pode, claro. Controle remoto é seu preferido! Eu fico triste com ele triste. Antonio acha engraçado eu ficar triste. O pai nunca vai entender a nossa relação, né? Mas quando ele fica choroso e tristonho, eu fico também. Parece que meu dia fica mais cinza, não consigo continuar um dia feliz com meu filho choroso e com dor. Essa relação é algo realmente de outro mundo, difícil colocar em palavras e a gente só entende mesmo quando é mãe. Parece clichê, e é, mas não existe maior verdade no mundo. Algumas semanas atrás ele começou a chorar na madrugada, coisa que não faz desde o primeiro mês. Eu apenas ia até o quarto, colocava a chupeta, fazia carinho, e ele voltava a dormir. Isso se repetiu por umas duas ou três noites, até que parou. Alguns dias depois, ele mordendo o meu dedo (se eu bobear, ele tenta morder até meu nariz), eu senti algo pontudo em sua boquinha. Era o dentinho! Nasceu. Meu bebê já tem um dentinho… Tudo se acalmou e voltou ao normal.

É. Bem. Apenas por alguns dias, até que a outra gengivinha começou a doer. Ainda estamos nesse momento, depois eu conto quando o outro dentinho nascer. Me pergunto se será assim em todos os dentinhos da boca ahahaha. Eles nascem assim, um atrás do outro, sem folga, sem descanso? Quando pensamos que a fase passou, vem outro por aí. Ai meu Deus…

Mas mudando de assunto, vamos falar sobre como pagamos a língua depois que somos mãe? Eu sempre falei que não levaria Bernardo para minha cama, que cada um teria seu quarto, pois sempre achei isso muito saudável para a individualidade de cada um, e para preservar o casamento, confesso. Ele dorme em seu quarto desde o segundo mês, e acho que isso também contribuiu para que ele dormisse bem à noite, naturalmente. Mas há mais de dois meses eu ando buscando ele pela manhã em seu berço (Claro, depois que ele acorda ehehe. Nunca acordo criança, em hipótese alguma! Essa foi uma dica do nosso pediatra. Também acho que contribuiu para o sono do Bernardo ser tão bom. Se ele está dormindo, é porque não está com fome, ponto. Quando a fome bate, eles acordam, não tem jeito…) e depois de dar a mamadeira (dou no quarto dele) eu o levo para minha cama, para ficar em um momento chamego, entre o papai e a mamãe. Ele ama, fica quietinho, de mão dada e tudo. Às vezes ele está mais serelepe e brincamos lá na cama mesmo, ele ama. Outros dias em que ele está mais quietinho, ficamos apenas de chamego. Outros dias ligo a Tv e assistimos Peppa, que ele ama. Não temos uma rotina tão certa, mas não abro mão dessa manhã com ele, por nada nesse mundo.

Muitas leitoras que me acompanham no SNAP ficam me perguntando como consigo fotografar, trabalhar, fazer reunião e ainda ficar bastante tempo com Bernardo. Recebo muitas perguntas dessas por lá. Graças a Deus meu trabalho me possibilita brechas na agenda. Sendo que praticamente todas as brechas são dele. Tenho dias de muito trabalho fora, mas a manhã está sempre fechada para ele. Ou dias que fico a manhã com ele, trabalho à tarde, mas entre um compromisso e outro, passo em casa e dou aquele passeio gostoso com ele, ou então sento no tapetinho do chão e brinco por 30/45 minutos. A vida voltou ao normal, apenas com um coração mais apertado e uma correria maior para conseguir colocar tudo que quero e tenho que fazer na agenda. Não é sacrifício nenhum sair de uma reunião, passar em casa (mesmo com trânsito de SP), dar o almoço para ele, e correr para o próximo compromisso. Isso é satisfação. Sei que sou privilegiada por conseguir, pois a maioria das mães que trabalham, não têm a agenda tão maleável assim. Por outro lado, viajo. Às vezes fico 1 dia todo fora. Choro antes de ir, mas vou. Bernardo fica bem, melhor do que eu, na verdade.

Cada um pensa de um jeito, mas eu sempre levei Bernardo para todos os lugares, sempre deixei todo mundo pegar, cuidar, e vejo o quanto isso fez bem para ele. Bernardo é aquele tipo de bebê que sorri para todo mundo que passa, que vai no colo de todo mundo, não estranha ninguém, não chora nunca. Uma criança leve e feliz, sabem? Ok, talvez alguns dirão que isso seja apenas a personalidade dele. Mas acredito que o ambiente influencie sim, isso é apenas a minha percepção, não verdade absoluta, hein rs. Eu e Antonio somos desencanados e leves com Bernardo, e vemos como isso influencia positivamente nele. Há dias em que estamos mais ansiosos, claro, somos humanos, e observamos o quanto isso também influencia no Bê. Parece que criança é uma esponja, sabem?

No começo, quando Bernardo ainda era mais bebê, eu era um pouco mais insegura sobre minhas ações em respeito à maternidade, sabem? Quando eu postava algo no Instagram (como sair com o Marido e deixar o Bebê em casa, ter uma vida social, e viver a vida) e recebia comentários tipo “fiscais da maternidade” e “ditadoras de regra”, muitas vezes chorava, me questionava, afinal, era insegura, era tudo muito novo e não sabia ao certo o que era correto ou não. Mas aprendi que o correto é o que deixa meu coração tranquilo. Trabalho muito, viajo, mas acredito piamente em tempo de qualidade e estar bem e feliz para ser um bom exemplo para meu filho. Para que ele cresça em uma casa feliz, com uma mãe realizada, um pai realizado, veja um casamento feliz ao seu redor e possa se orgulhar de nós um dia. Se eu seguisse a tal cartilha de “boa mãe” (das fiscais de plantão do instagram), já começaria não trabalhando, vivendo e respirando meu filho. Desculpe, mas EU não seria feliz, seria frustrada. Estaria mais tempo com meu filho, porém irritada, sem paciência, desleixada. Há quem faça isso e seja extremamente realizada. Parabéns, viva a diferença! Que cada um seja feliz da sua forma…

Então digo pela última vez: CADA UM SABE O QUE É CERTO PARA SI. Não existe cartilha, não existe regras para ser uma boa mãe. Vamos viver em um mundo mais leve? Vamos focar apenas em ser bons exemplos para nossos filhos? E isso começa agora, atrás do computador, sem julgamentos.

Beijos com muito amor e carinho (falei demais, para variar!),

Nati e Bê, 8 meses e 1 dentinho =)