DIÁRIO DE UMA MAMÃE BATIZADO E 10 MESES

Nem sei como começo a escrever esse diário. Parafraseando Roberto, “São tantas emoções”…

Como falei no diário passado ou retrasado, não me lembro muito bem qual, o tempo passou tão rápido, mas tão rápido, que quando percebi ele já estava com 8 meses e não tínhamos batizado ainda. Sempre pensei em batizar meu filho cedo, mas essa foi apenas mais uma das coisas que não saiu exatamente como na cartilha-de-boa-mãe que eu vinha “escrevendo mentalmente e ilusoriamente” desde pequena. Amo trabalhar e ser mãe, mas às vezes temos que assumir algumas fraquezas, e minha cabeça anda “faltando” muitas vezes, confesso. Minha irmã, a dinda, me ligou um dia e falou: “Já organizei tudo, será dia 25 de outubro, consegui um encaixe na igreja que queríamos. Não consegui um batizado particular, pois não tinha mais data com o padre. O cursinho que vocês deverão fazer será dia x, no endereço y,  e já estou organizando o Brunch em casa com a Roberta (a.k.a @AriaFestas que faz todas as festas de casa, batizado do Bê, noivado da Gi. O melhor preço e vale cada centavo porque não precisamos nos preocupar com nada, sabem?. Dica mesmo). Sério, foi exatamente dessa forma. Sem ela o batizado não teria acontecido, madrinha é para essas coisas também, certo? rsrs.

Bom, o cursinho foi no domingo anterior, em Campinas. O sofrimento já começou nessa semana, exatamente no domingo. Bernardo não dormiu nada de sábado para domingo, eu e Antonio fomos ao cursinho na igreja praticamente mortos-vivos, pois não havíamos dormido nada e estávamos bem preocupados com Bernardo que não tem costume de passar a noite em claro reclamando. Pensava que era dente, mas logo lembrava que o pediatra sempre nos alertou: “Dente não dá febre, pode ser uma coincidência, já que tem 20 dentes para nascer e com certeza acabará coincidindo com uma gripe ou algo do tipo, já que depois do sétimo mês o bebê perde a imunidade que ele tinha de sua mãe”. Bom, já que não poderia ser do dente, o que mais poderia ser? Ele deu uma leve melhorada de segunda até quarta-feira, mas bastou o Antonio viajar na quarta-feira à noite para tudo voltar… Não dormiu nada na noite de quinta-feira, chorou muito, ficou inquieto, e não havia nenhum sintoma aparente, sabem? Como percebi o que viria pela frente e o batizado domingo seria em Campinas, resolvi arrumar tudo e me mandar para a casa do meu pai e ficar com a família. Pois Antonio só iria voltar de viagem no sábado à noite, e meu pai e madrasta são médicos, então pensei que eu ficaria mais tranquila por lá. A febre começou apenas na sexta-feira e meu pai notou um chiado no peito e logo falou: “Ele já estava com uma gripe encubada, por isso a reclamação. Deveria ser dores no corpo e na garganta, que são mais difíceis de perceber por “fora””. Nossa to contando tão minuciosamente que o post já tá imenso e eu nem contei a metade da história ahahahaha. Preciso ser mais objetiva!

Domingo, dia do batizado, acordamos cedo e fomos para igreja. Bernardo com febre, gripe forte, irritadinho, tadinho, mas não tinha outro jeito. Chorou praticamente a missa toda, e minha vontade era pegar ele e sair de fininho, me odiei por fazer meu filho passar por aquele stress todo. Mas faz parte. Acho eu. Não faz?

Dormiu no carro, e praticamente o brunch todo. Eu mal consegui aproveitar a festa linda que organizamos e todos os meus queridos convidados que lá estavam. Estava muito, mas muito cansada. Esgotada emocionalmente. Preocupada com meu pequeno.

É minha gente, vida real.

Se eu falasse que a festa estava linda, que tudo estava maravilhoso, que Bernardo estava lindo de Branco e iniciou lindamente sua vida cristã, eu não estaria mentindo… A festa estava realmente linda. Tudo estava além de maravilhoso, delicioso. Os meus poucos convidados estavam felizes pelo meu filho. Os dindos estavam incrivelmente felizes por terem sido escolhidos. Nós, os pais, estávamos radiantes com tanta gente amada por perto e por termos escolhido os melhores padrinhos do mundo. Pessoas que amam nosso maior bem acima de tudo, e que com certeza estarão ao seu lado para sempre e tudo. Mas me sentiria tão falsa escrevendo apenas isso, sabem? A maternidade é linda e maravilhosa, e eu concordo com a teoria da positividade, mas não concordo em fazermos as pessoas acharem que é só e apenas um conto-de-fadas. Quem me segue há bastante tempo e lê a maioria dos meus diários, sabe o quanto gosto de ver o lado positivo de tudo, e odeio pessimismo e bad vibes. Mas mostrar que nem sempre tudo sai como pensamos e planejamos, nos faz humanos. Sabe?

Penso em milhares de mães que me lêem e estão com filhos doentes, preocupadas, cansadas, ou então as que já passaram por algo parecido, e só lêem coisas lindas e floridas por aqui ou pela internet do contos-de-fada.  Algumas devem SE achar um ET por terem altos e baixos. Outras devem ME achar um ET, por só contar coisas lindas e floridas. Por isso, por essas e outras, gosto também de contar a real e me mostrar vunerável. Canso também. Meu filho também fica doente e eu também fico com o coração na mão. Eu também canso muito trabalhando fora e tentando todos os minutos do meu dia encaixar meu filho entre uma reunião e outra. Minha cabeça esgota, emocionalmente, muitas vezes. Fico sem fazer a unha por muito mais de 2 semanas, pois penso milhões de vezes se realmente preciso usar 1 hora do meu dia para fazer a unha, sendo que poderia ficar 1 hora no tapete o ensinando a andar (ele já está dando vários passinhos, a coisa mais linda desse mundo).

Ainda prefiro a positividade, pois acho que reclamar atrai coisa ruim, sabe como? Mas é muito importante vunerabilizar a mãe perfeita e deixar todas no mesmo patamar. Positividade é sempre bom, mas gosto de um toque de realidade.

A internet está cheia de cartilhas-de-boa-mãe a serem seguidas, de palpites, de mães e filhos perfeitos. Penso que isso deve causar muita infelicidade em pessoas reais. A grama da mãe-perfeita-da-internet não é tão verde quando ela se gaba de ser, pode ter certeza disso!

Vamos sempre preferir a positividade, sempre. Mas se mostrar vulnerável em um mundo tão “perfeito”, te faz de verdade, em um mundo de gente de mentirinha =)

Beijos com amor e carinho,

Nati e Bê, com 4 dentinhos, começando a andar, a dar tchau, a bater palmas e com uma gripe que não passa =)