DIÁRIO DE UMA GRÁVIDA: 36 SEMANAS

Estamos praticamente na reta final, me desculpem a ausência dos diários mas essas últimas semanas não foram muito tranquilas pra mim… Ando muito ansiosa, com azia, dormindo mal e correndo atrás dos últimos detalhes para a chegada do Bê.

Percebi que ainda faltam algumas coisinhas, como lençol de baixo de berço, também não tinha aquele rolinho para ele dormir de lado, não tinha nem travesseiro de berço. Não sei a real necessidade disso tudo, mas na dúvida prefiro ter. Ainda não comprei sutién de amamentação pra mim e nem o meu enxoval de maternidade, ai meu Deus! Mas o enxoval dele já está prontinho e na mala.

Hoje foi o primeiro dia da Linda, a babá que contratei para me ajudar com o Bê. Pedi que começasse antes para me ajudar na organização do quartinho e para que nós nos conhecêssemos mais. Minha funcionária de casa, a Sonia, é parte da família e já nos acostumamos uma com a outra, nos ajudamos, eu a amo e ela me trata como filha. Quero essa mesma sintonia com a Babá do Bê, por isso pensei que precisávamos de uns dias para nos familiarizarmos, antes da correria dos primeiros dias de um recém nascido na vida de uma mãe de primeira viagem.

Nos primeiros dias terei a Linda e minha mãe por perto, que ficará em casa até eu me sentir apta para ficar sozinha com ele. Não pretendo delegar tudo, pretendo sim aprender muito com quem já conhece e sabe o que está fazendo. Eu quem vou acordar, eu quem vou dar banho, trocar fralda e ninar. Mas quero elas por perto nos primeiros dias pois ainda estou muito ansiosa e insegura, mas creio que conforme o instinto de mãe aflore eu vá me sentindo mais e mais confiante para me bastar.

Engraçado que até umas duas semanas atrás eu estava e continuava um poço de serenidade, mas de repente tudo mudou, comecei a sentir falta de ar, ansiedade, e, confesso, já estou no meu limite. Conversando com algumas grávidas e mamães pude ver que não sou um ET, parece que a maioria também fica assim, certo?

Quem tiver facebook recomendo muito curtirem a página da revista Crescer. Eu ando viciada, do tipo que lê e compartilha todas as matérias, das maiores e mais relevantes as menores e mais insignificantes. Recomendo também o blog JUST REAL MOMS, compartilho também várias matérias de lá. Ontem mesmo compartilhei uma que acredito 100%, ela se chama “Será que seu filho precisa mesmo ser tão feliz?” (na verdade o blog está compartilhando uma matéria de outro blog, mas é bacana mesmo assim, pois eu não conhecia o outro blog e nunca teria visto essa matéria fantástica). Fala sobre a maternidade e como os pais de hoje em dia correm atrás dessa felicidade intangível para seus filhos. É uma ansiedade em fazer filhos felizes que provavelmente vai deixar um dos dois – ou muito provavelmente os dois – frustado.

Eu mesma me lembro de ter tido a melhor infância do mundo… Ia a praia com meus avós e família, brincava o dia todo na areia e naqueles parquinhos “de lata” (quem se lembra daquele brinquedo que era tipo um tambor de lata que você ficava rodando, tipo uma esteira??). Me lembro de ter amigas vizinhas, de brincar na rua, no prédio, de patins, de elástico, queimada, e dos meus pais me chamarem só para comer e tomar banho. Mas sabem de uma coisa? Eu era muito feliz.

Eu estudava na melhor escola da cidade (Estudei no Porto Seguro), mas meu pai era estudante de medicina e quem sustentava tudo isso eram meus avós. Meus pais me tiveram com 22 anos e ainda não conseguiam me proporcionar coisas materiais que a maioria das minhas amigas de classe tinham. Mas eu estava na melhor escola! Não ia a Disney aos 5 anos, mas ia a melhor escola e passava as férias na areia com meus avós. Claro que pedia para ir a Disney, mas não era infeliz por não ir. Eu conseguia ser feliz na praia ou com a amiga vizinha brincando de banco, com cheque e dinheiro de papel.

Fui a primeira neta e sobrinha das duas partes da família, por isso ganhava muitos presentes, e ainda mais com um tio morando em Miami e uma tia-madrinha morando na Austrália. Me sentia especial com giz de cera importado quando eles vinham nos visitar no Brasil. Toda criança tem esse lado “Eu tenho, você não tem…”, não à toa que esse slogan foi o que foi durante décadas e mais décadas. Isso faz parte do ser-humano, eu não era diferente e também não era infeliz sem o giz importado, só me sentia especial quando o ganhava. O ter é importante, mas quando ele começa a ser o mais importante, algo está muito errado.

Minha mãe trabalhava na empresa do meu avô e meu pai estava se formando em medicina e dava milhares de plantões. Acho que se preocupavam mais com minha educação do que pensando se eu seria a criança mais feliz do mundo. Mas olhem só, eu fui. Acredito que filhos precisem de uma autoridade e de educação, caso contrário eles se perdem e não sabem mais quem é que tem que dar a ordem e quem é que tem que obedecer.

Me estendi muito nesse assunto, desculpem!

Outro link muito legal é o CORACÃO DE MÃE no Youtube. Vale a pena acompanhar, da minha amiga querida Ju Ozol que está morando em Boston e da Pati. Me divirto com os vídeos. Estou amando ver blogs e sites sobre maternidade, quem tiver algum legal para compartilhar nos comentários, sinta-se a vontade, vou amar.

Mudando de assunto, ando recebendo muitos comentários no Insta e etc sobre aquela perguntinha famosa: CESÁRIA OU NORMAL? Já falei sobre isso por aqui algumas vezes e, sinceramente, mesmo sabendo que não é por mal, não entendo a necessidade dessa pergunta. Acho tão, mas tão particular. Não entendo e nunca vou entender essa patrulha sobre parto normal. Tenho família de médico, tio, avô, pai, madrasta, e eles também não entendem. Eu já falei que não marco a cesária, mas não sou contra quem marca. Pois não acho que isso defina uma mãe. Uma coisa é boa mãe, e outra coisa é boa parideira. Simples assim. Conheço ótimas mães que marcaram lindamente uma cesária. E conheço mães que nem de longe pretendo ser igual, mas que foram ótimas parideiras. Eu não vou marcar, mas eu falei para meu médico que se não for “NORMAL NORMAL” ele pode entrar em cesária sem problema algum. Se a dilatação demorar, se ele acompanhar o quadro e ver que vai ter sofrimento, quero cesária. Quero estar bem psicologicamente para receber meu filho. Não quero meu filho estressado, não quero uma mãe estressada com 18 horas de trabalho de parto. Minha mãe quis tanto um parto normal que me teve com quase 42 semanas, depois de mais de 18 horas de trabalho de parto e simplesmente terminou em uma cesária às pressas (meu avô, médico, quase enfartou com a doida da nora ahaha). Ela chorou quando eu nasci, mas porque ela não conseguiu ter o tão sonhado parto normal. Hoje eu falo pra ela: “Que besteira foi essa?”. Ela rí. Os outros dois partos foram cesária, sem problemas, sem sequelas, e sem estress. Nem ela entende o que se passou em sua cabeça.

Eu acho que quem opta por parto humanizado, ok. Quem prefere parto normal, ótimo. Quem quer cesária, ótimo também. Gente, cada um sabe de sí.

Hoje tenho médico de novo, já estou tendo consultas semanais, é a reta final. Eu havia prometido para mim mesma que iria descansar mais nesse final de gravidez, mas não estou conseguindo. Quinta-feira tive fotos em Campinas, para minha linha de jóias com a La Chica De Oro. Sexta-feira tive o evento do lançamento, onde fiquei em pé e de salto por horas e mais horas. Meu médico nunca me proibiu o uso de salto, ele diz que se estamos bem, nos sentindo bem, não precisamos mudar nada. “Gravidez não é doença!”. Amo ele por isso. Amo o que faço. Por isso as fotos e os eventos não são uma obrigação pra mim. Mas sei que agora, à partir dessa semana, preciso parar. Vou continuar trabalhando aqui do computador, escrevendo para vocês, mas me limitando ao uso de flats e sem eventos. Posso ir ao meu limite, mas também não preciso ultrapassa-lo certo?

36ª semana, seja bem vinda. Engorde meu filho. Segure ele por aí. Todos já estão preparados para sua vinda, mas só quero quando ELE estiver pronto.

Beijos com muito amor,

Nati Vozza e Bê.