DIÁRIO DE UMA GRÁVIDA: 33 SEMANAS

Semana passada foi o esperado chá do Bernardo, foi mais lindo e mais especial do que eu poderia imaginar. O carinho que venho recebendo também está sendo muito maior do que eu poderia sonhar, me faltam palavras para agradecer e só me resta rezar e pedir que esse amor que todos estão me passando seja recompensado de volta.

Esses dias fiquei muito cansada, fiz eventos, com salto (Não adianta, sou muito vaidosa para fazer evento sem salto, até gostaria de conseguir. Se eu fosse provida de mais altura, talvez até conseguisse, eu acho lindo mulher de flats, mas eu me sinto meio atarracada, sabem? Sou humana também rs), tive duas sessões de fotos, e cheguei a conclusão que já está na hora de dar uma desacelerada. Não estou me queixando, amo o que faço, mas é um trabalho que exige muito fisicamente e emocionalmente, pois recebo muita energia e também fico muito em pé e andando de salto por horas. Em sessões de fotos, por exemplo, troco de roupas umas 12 vezes, troco de sapato mais 12 vezes (tarefa muito difícil com barriga de 8 meses), subo escada, poso para foto, ando, desço escada, e troco de roupa novamente ahaha.

Fico pensando como eu estaria agora se eu tivesse um trabalho como a grande maioria das pessoas que me seguem aqui (e que eu também já tive), em escritório, com horário de entrada e saída, e sentada a maior parte do tempo. Como será que eu estaria agora? Será que tão exausta, ou mais? Pois às vezes me pego pensando nisso, já que essa exaustão física e com barriga pesada está trash. Mas sei que todos os trabalhos tem seus prós e contras, e eu tenho um aliado incrível comigo que é a possibilidade de fazer a minha agenda, de poder recuperar o cansaço o dia que eu quiser (apesar de não usar muito desse artíficio, pois eu amo o que faço, como disse acima), e de poder trabalhar em algo que gosto. Isso já aquieta meu coração. 

Hoje li uma coisa na internet e fiquei pensando muito sobre a profissão que caiu do céu pra mim, e sobre esse momento em que estou vivendo (Aaaaaai!!!! Bernardo acabou de chutar minha costela direita kkkkk). Os diários que sempre fiz por aqui dizem muito sobre mim, sobre quem eu sou e quem eu quero que vocês conheçam. Apesar de usar de publicidade para ganhar dinheiro, me sinto tão tranquila e tão honrada por ter conseguido chegar até aqui, sabe?! São quase 6 anos de blog, que começou como um hobby e que foi caminhando naturalmente até se transformar em uma empresa. Fico honrada com a quantidade de pessoas de bem e que querem o meu bem, passando por aqui diariamente ou semanalmente. Muito feliz que em quase 6 anos de blog as pessoas continuam acreditando na minha índole e caráter. Honrada até com a – pouca – quantidade de pessoas que implicam com algumas coisas, pois elas são tão minoria que fico literalmente feliz. Nunca vou agradar a todas, e também não apago os comentários ruins, pois não vivo em um mundo de faz de contas, onde só tenho pessoas me assediando e dizendo como sou linda. Respondo sim, pois respondo também quem me elogia, e sinto que muitas dessas poucas pessoas que falam mal precisam de uma resposta. Se eu não respondesse as pessoas do bem, eu deixaria as do mal pra lá. Mas como respondo todas, igualmente, fico tranquila. As pessoas já sabem que mesmo que eu faça publicidade sobre determinado assunto, esse produto é algo que eu realmente usaria e que realmente indicaria. A taxa de rejeição – inexistente praticamente – sobre os meus publis, sempre muito sinalizados e nunca feitos com release de assessoria, provam isso. Não me arrependo de ter recusado inúmeros trabalhos, alguns por não acreditar no produto, outros por simplesmente pensar que “me corromper” não valeria a pena a longo prazo. Tenho prazer em falar de produtos que eu realmente uso. Alguns que eu já era consumidora e outros que passei a conhecer pelo blog, porém que eu poderia e seria consumidora se tivesse conhecido antes. Apesar de passar glamour para o outro lado da tela, eu sou uma pessoa comum, que consome, que compra muitas coisas, que vai à farmácia, à padaria, como cada um de vocês. Ganho muitos presentes, graças a Deus, e pretendo nunca parar de agradecer por essa honra. Fico realmente honrada que as pessoas queiram me presentear, queiram que eu conheça tal produto, ou apenas queiram me mimar. Com isso eu passo a conhecer muitos produtos que depois viram assíduos em casa. Querem melhor presente do que um contrato para falar sobre uma fralda que eu realmente compraria para meu filho? Fui me cercando de parceiros fiéis, e com isso fui tendo leitoras fiéis e resultando em consumidoras fiéis para esses parceiros. A sinceridade e honestidade é o X da questão nesse universo. Bom, eu penso assim.

Já pensei que deveria mudar, já me questionei se deveria assinar contrato com marca X que eu particularmente de-tes-to, já pensei que poderia crescer muito mais, ou então ganhar mais dinheiro se eu mudasse tal estratégia. Mas é tão bom crescer aos poucos, mesmo que mais devagar do que poderia, e olhar para trás e sentir orgulho… Isso não tem preço.

É o que penso para a educação do meu filho, por isso comecei a falar sobre isso por aqui. É o que meus pais passaram para mim e o que eu vi meus pais fazendo a vida toda. Não passar por cima do seu caráter, não se corromper, é sempre recompensado por uma noite deliciosa de sono!

Hoje eu li uma matéria sobre uma moça que tem um desvio tremendo de personalidade. Ela é dentista bem sucedida, voluntária de ONG, mas também era traficante e super dissimulada. Mas não, não foi “apenas” isso que me chamou tanto a atenção, mas sim, a fala de sua mãe: “Eu sempre dei tudo o que ela queria. Não entendo onde eu errei”. Não sou de culpar os pais por desvios dos filhos, eu mesma não fui uma adolescente fácil e a culpa não era dos meus pais, mas com certeza ela errou exatamente aí, dando tudo que a filha queria. Eu passei uma fase bem rebelde sem causa e não culpo meus pais por isso – talvez eu até tivesse alguma razão, dentro de mim, no meu inconsciente -, mas a adulta que eu me tornei, por “culpa” dos castigos e dos inúmeros pedidos não atendidos, é mérito deles. Eu era bem persuasiva, ligava para avó chorando, falando que meu pai não havia me dado tal coisa e minha avó me defendia para ele. Falava com meu tio, com tias, e eles até podiam achar que meus pais estavam sendo “carrascos”.  Quando “perdi” meu apê em SP pois havia repetido em algumas matérias da faculdade por falta, sendo que ele pagava o apê/ pagava a faculdade/ pagava mesada, eu chorei por meses seguidos, tipo me sentindo a coitada! Pensa como a pessoa era mimada!!! Penso até hoje em como ele conseguiu não ceder, pois eu juro que passei meses chorando, me sentindo muito injustiçada, sabem?! Voltei a morar em Campinas por alguns meses, arrumei um trabalho no shopping pois não tinha mais mesada, não tinha carro pois não “merecia”, e isso sempre foi minha vida. Sempre fiquei sem computador, sem mesada, fui a menina da turma que mais demorou a ganhar um carro. Isso tudo é uma besteira sem fim, mas é para mostrar que o “NÃO dar tudo que o filho quer”, pode ser a chave da questão. Coitado dos meus pais.

PS: É um assunto tão pessoal, mas ninguém é perfeito, certo? Todos já fraquejamos, já erramos, afinal, somos humanos. Não admitir o erro, não tentar mudar, isso sim seria uma tremenda estupidez.

Penso em quão difícil deve ser dizer não ao filho, só vou realmente saber disso em algum tempo, mas penso que ele é tão importante e vital que chega a ser uma prova de amor. O não conecta os filhos aos pais e eu sou extremamente ligada a minha família, mesmo com inúmeros castigos e lições ao longo da vida. Agradeço a todo o amor dado e também a todos os nãos que recebi ao longo da vida. Ele te prepara para a vida, que infelizmente te dirá “não” mais vezes do que sim, e não estar preparado para isso pode ser catástrofe anunciada.

Penso em quando pode ser começado a ser dito o não… O bebê precisa muito dos pais, do amor, do aconchego, da proteção. Mas penso também que o não começa aí, pois a criança vem sem vícios ao mundo. Nós os viciamos em determinadas ações, e também acredito muito em crianças testando até onde vai a submissão dos pais.

É uma tarefa realmente mágica e acredito a mais difícil do ser humano, educar uma nova vida, para a vida que a espera.

Hoje o papo foi mais pesado, mas é tão bom ter esse espaço para conversarmos…

Boa Semana para todos, quarta-feira teremos outro diário, já que entro na 34ª semana e vocês não tem culpa alguma que eu atrasei o da semana passada ahahaha.

Beijos com amor,

Nati Vozza e Bê.