Cultura: “A vez da minha vida”

Mais um livro bacana…

Desde que comecei a falar sobre livros no Glam ando ganhando alguns exemplares, mas só falo sobre os que realmente me prenderam a atenção. Gosto de romance, desses bem água com açúcar mesmo rs. O meu dia já é corrido demais, por isso gosto de ler algo bem leve para me desacelerar, sabem como é?

Fiquei impressionada com a quantidade de comentários nos posts dessa tag. Pois 80 comentários é coisa só de “look do dia”, inédito em outro assunto. Estou amando o número de comentários e participação. Muito legal mesmo!

Vamos lá, o livro do mês é: “A Vez da Minha Vida”, da autora best-seller Cecilia Ahern (autora de PS.Eu Te Amo. Com mais de 16 milhões de livros vendidos). Editora Novo Conceito.

O livro é super divertido e leve, mas me deixou com várias “pulguinhas atrás da orelha”… Fiquei refletindo vários pontos, por vários dias. Adoro isso.

Vou passar o release, junto com algumas anotações pessoais, ok?

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“Certo dia, quando Lucy Silchester volta do trabalho, há um envelope de ouro no tapete. E um convite dentro dele para se encontrar com a Vida. Sua vida. Pode soar peculiar, mas Lucy leu sobre isso em uma revista. De qualquer forma, ela não pode ir ao encontro: está muito ocupada desprezando seu emprego, fugindo de seus amigos e evitando sua família. Mas a vida de Lucy não é o que parece. Algumas das escolhas que fez — e histórias que contou — também não são o que parecem. Desde o momento em que ela conhece o homem que se apresenta como sua vida, suas meias-verdades são reveladas totalmente — a não ser que ela aprenda a dizer a verdade sobre o que realmente importa. Lucy Silchester tem um compromisso com sua vida — e ela terá de cumpri-lo.”

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Primeiro temos que nos acostumar com o personagem “Vida” no livro, pois no início nos confunde, mas depois é só deixar a gargalhada sair. É realmente muito engraçado e nada previsível.

“Lucy não tinha uma vida perfeita. Mas gostava de fingir que sim. Tinha sido demitida, seu namorado (por quem ainda é apaixonada) a deixou e foi despejada de seu apartamento. Mas a história que contava para sua família e amigos era bem diferente: dizia que tinha largado o emprego, terminado com o namorado e se mudado por livre e espontânea vontade para um apartamento melhor… Sua vida parecia perfeita, mas era uma farsa. E o pior é que, de tanto mentir para os outros, Lucy não percebia que também mentia para si própria.
Mas lá no fundo, sabia que estava tudo errado. Quando viu aquela carta no chão, no meio do caminho entre a porta da frente e a cozinha, já sabia de quem era:
“Prezada Lucy Silchester, Você tem um compromisso agendado para segunda-feira, 30 de maio.” Lucy nem leu o resto, mas sabia que o compromisso mencionado era com alguém que não desejava realmente se encontrar: era com sua Vida. Já tinha ignorado duas cartas anteriores e sentiu que desta vez não teria mais como fugir. Sua Vida estava precisando dela. Ela estava passando por um momento difícil e não estava prestando atenção suficiente em si
mesma. Ocupou-se com outras coisas, como a vida de amigos, as questões do trabalho, o carro velho e quebrado e coisas do dia a dia e acabou ignorando completamente sua própria vida. E agora, que sua Vida havia lhe escrito uma carta de convocação, havia apenas uma coisa a fazer: encontrar-se com ela cara a cara.

Lucy era a única filha mulher de uma família tradicional e rica da Irlanda. Tinha um irmão, Riley, com quem mantinha uma relação mais próxima em meio aos familiares. Seu pai era um homem ocupado, frio e distante.  Indiferente a qualquer coisa que se passasse na vida dos filhos. Lucy gostava de fantasiar encontros mais íntimos e alegres durante a infância, mas eram apenas fantasias… Mentia para si própria. Sua mãe era daquelas mulheres de aparência irretocável, loura, com cabelos perfeitamente lisos, sem nenhum fio fora do lugar, vestindo roupas Chanel e sempre com um sorriso pequeno em lábios rosa pink, não importava o que estivesse acontecendo. Manter as aparências e evitar desentendimentos e desconfortos era sua especialidade. E isso irritava Lucy. Seu relacionamento com a família era, portanto, um dos pontos que não iam bem em sua vida.
No trabalho, a situação também não era das melhores. Lucy trabalhava como tradutora de manuais de eletrodomésticos. Passava as instruções de uso de máquinas de lavar e fogões para vários idiomas: alemão, francês, japonês… Várias línguas, menos Espanhol, embora sua chefe não soubesse. Para os textos de espanhol, terceirizava os serviços de um amigo, que não cobrava nada por isso. Mais uma mentira… Além de não ser a função de que mais gostava no mundo, não tinha amigos no trabalho. Referia-se a todos com apelidos pouco amistosos como
“Salsicha” e “Cara de peixe” e não tinha qualquer intimidade com nenhum deles.
No amor, nem se fala. Blake havia a deixado há alguns meses, mas Lucy não conseguia tirá-lo de sua cabeça. Ele era apresentador de um programa de TV sobre viagens e, por mais que tentasse, Lucy não conseguia deixar de ligar a TV na hora do show. Apesar de não admitir para ninguém e nem para si mesma que as coisas não iam bem, Lucy não tinha mais
como escapar de encarar sua própria vida. Marcou um encontro e foi.
“Caminhei pelo labirinto de mesas, olhando para a esquerda e direita, perguntando-me que diabos iria encontrar, tentando manter a mesma aparência amigável, legal, enquanto por dentro, estava frustrada que meu grande encontro com a Vida fosse acontecer nesse buraco de merda. E de repente, lá estava ele. Minha Vida. Escondido atrás de uma mesa miserável, rabiscando de cabeça baixa em um bloco de notas roto com uma caneta que, pelos rabiscos constantes sobre uma almofada, não trabalhava. Ele usava um terno cinza amassado, uma camisa cinza e uma gravata cinza com a tripla espiral da vida em relevo sobre ela. Seu cabelo era preto, temperado com um pouco de cinza e desgrenhado, seu rosto mostrava a barba de alguns dias. Levantou os olhos da mesa, viu-me, deitou a caneta, levantou-se e, em seguida, esfregou as mãos no seu terno, deixando marcas úmidas e enrugadas. Tinha anéis pretos ao redor dos olhos, seus lábios estavam vermelhos, fungava e parecia que não tinha dormido durante anos”. – Ótimo, amo como ela descreve “sua vida”, como se alguém a estivesse vendo de fora… Ou seja, ela não gosta do que vê, não gosta de quem ela se tornou. Acho genial.
Lucy não gostou do que viu e demorou um pouco para entender, mas aquela figura que não a agradava, que estava destruída e deixada de lado, era o reflexo do que vinha fazendo com sua própria vida e aquele era um aviso de que precisava fazer alguma coisa para consertá-la.

A vez da minha vida, da autora best-seller Cecelia Ahern, conta a história de uma mulher que boicota sua própria vida, se escondendo atrás de falsas aparências por falta de coragem para vencer seus medos e fraquezas.
Com uma narrativa bem humorada, o livro desperta em cada um de nós a necessidade de olharmos para nosso mundo e de tomarmos conta de nós mesmos, encarando nossas falhas e mudando nossos comportamentos, em busca de uma vida mais feliz e completa.

Eu preciso falar mais alguma coisa?

Pensei em fazer uma resenha com minhas palavras, mas a da editora está tão impecável que achei melhor usá-la. O livro é isso aí, nos deixa pensando sobre a vida que levamos, e a que passamos aos outros… Muitas vezes nos preocupamos tanto em “como o outro irá nos ver”, que nos esquecemos de olhar para nós mesmos e refletir:  Será que eu gosto do que vejo?. Será que eu aprovo essa imagem?. Será que eu gosto de ser quem sou.  Será que essa é a pessoa que eu sonhei em ser? Será que é melhor viver uma vida real e menos linda, ou uma vida de mentiras, porém cheia de flores?

Vocês verão tudo isso no livro, porém de uma forma divertida e leve, ele superou todas as minhas expectativas. Vale a pena pessoal =)

Quero saber se alguém já leu… Vamos conversando nos comentários =)

Obrigada a editora Novo Conceito, estou amando os livros =)